Como monitorar e estimular a microbiota benéfica no solo

Por: Loangela

Enquanto o controle biológico utiliza organismos vivos — como microrganismos, predadores e parasitoides — para controlar pragas e doenças de forma natural, por outro lado, a agricultura regenerativa busca restaurar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e, além disso, fortalecer os ciclos naturais.

Dessa forma, ao combinar essas duas abordagens, o produtor passa a:

  • Reduz a pressão de pragas e doenças de forma contínua;
  • Estimula a biodiversidade funcional do agroecossistema;
  • Fortalece o sistema imunológico das plantas por meio da vida do solo;
  • Constrói lavouras mais resistentes a estresses climáticos e bióticos;
  • Promove uma microbiota benéfica mais ativa e diversa.

Por que integrar controle biológico e agricultura regenerativa?

Primeiramente, o primeiro passo é diagnosticar a atividade microbiana e a diversidade do solo. De modo geral, solos biologicamente ativos e ricos em microbiota benéfica tendem a apresentar maior supressão natural de patógenos. Como consequência, isso amplia significativamente a eficiência dos bioinsumos aplicados.

Seleção de agentes biológicos que favoreçam a microbiota benéfica

Nesse cenário de integração entre práticas regenerativas e controle biológico, portanto, é possível destacar os seguintes agentes como os mais utilizados:

  • Trichoderma spp. e Bacillus spp.: atuam no controle de doenças do solo e estimulam raízes;
  • Pseudomonas spp.: promove resistência e inibe patógenos da rizosfera;
  • Beauveria e Metarhizium: combatem pragas em sistemas com cobertura vegetal;
  • Predadores e parasitoides nativos: são favorecidos por áreas com alta diversidade floral e uma microbiota benéfica robusta.

Práticas regenerativas que ativam a microbiota benéfica

Nesse contexto, as práticas regenerativas, além de promoverem a saúde do solo, criam um ambiente ideal para a ação dos agentes biológicos. Por isso, a seguir, veja como cada uma delas contribui para fortalecer a microbiota benéfica e ampliar o controle natural de pragas e doenças:

  • Cobertura vegetal permanente: abriga inimigos naturais e microrganismos benéficos;
  • Adição de matéria orgânica: serve de substrato para fungos e bactérias do solo;
  • Rotações de culturas com espécies não hospedeiras: quebra o ciclo de pragas e doenças;
  • Redução do revolvimento do solo: preserva colônias microbianas e estimula a microbiota benéfica.

Aplicações estratégicas com foco na microbiota benéfica

Bioinsumos devem ser aplicados nos momentos de maior vulnerabilidade das culturas, como no plantio ou início do ciclo vegetativo. Ao mesmo tempo, é preciso evitar o uso simultâneo de defensivos químicos de amplo espectro, que podem eliminar os microrganismos benéficos e comprometer a estrutura da microbiota benéfica construída no solo.

Exemplo prático: controle de nematoides em sistema regenerativo

Um produtor que adota cobertura com crotalária e, além disso, aplica Pochonia chlamydosporia e Purpureocillium lilacinum no solo consegue, como resultado, reduzir a população de nematoides e estimular a microbiota benéfica local. Além disso, com a adição de compostos orgânicos e a ausência de químicos agressivos, os microrganismos aplicados encontram um ambiente favorável para se multiplicar e, consequentemente, manter o controle ativo.

Benefícios da combinação entre biológico e regenerativo

  • Redução do custo com defensivos ao longo do tempo;
  • Resiliência da lavoura frente a estresses ambientais;
  • Melhor estrutura e fertilidade do solo;
  • Maior biodiversidade no ecossistema agrícola;
  • Ativação contínua da microbiota benéfica do solo;
  • Construção de um sistema produtivo autossustentável.

Conclusão

Combinar o controle biológico com práticas regenerativas não é apenas viável, como também é estratégico para transformar a agricultura em um sistema mais eficiente, saudável e duradouro. Dessa forma, ao promover a microbiota benéfica e favorecer os ciclos naturais, o produtor deixa de combater os problemas de forma isolada e, em vez disso, passa a construir soluções integradas, com menos dependência externa e maior retorno a longo prazo.

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