Por: Loangela
A agricultura do futuro precisa ser mais do que produtiva — ela precisa ser resiliente, viva e sustentável. Nesse sentido, o controle biológico e a agricultura regenerativa são duas abordagens que, quando integradas, potencializam a saúde do solo e a defesa natural das plantas, criando sistemas mais estáveis e menos dependentes de insumos químicos.
Ao longo deste artigo, você vai entender como unir o uso de agentes biológicos com práticas regenerativas de manejo e, dessa forma, garantir um ecossistema agrícola mais equilibrado, produtivo e duradouro.
Por que investir no Controle Biológico com Práticas Regenerativas?
De um lado, o controle biológico utiliza organismos vivos — como microrganismos, predadores e parasitoides — para controlar pragas e doenças de forma natural. Por outro lado, a agricultura regenerativa, de maneira complementar, busca restaurar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e, além disso, fortalecer os ciclos naturais.
Dessa forma, ao combinar essas duas abordagens, o produtor passa a:
- Reduzir a pressão de pragas e doenças de forma contínua;
- Estimular a biodiversidade funcional do agroecossistema;
- Fortalecer o sistema imunológico das plantas por meio da vida do solo;
- Construir lavouras mais resistentes a estresses climáticos e bióticos.
Etapas para aplicar o Controle Biológico com Práticas Regenerativas no campo
1. Diagnóstico inicial: avaliando a biologia do solo
Primeiramente, o primeiro passo é diagnosticar a atividade microbiana e a diversidade do solo. De modo geral, solos biologicamente ativos tendem a apresentar maior supressão natural de patógenos. Como consequência, isso amplia significativamente a eficiência dos bioinsumos aplicados.
2. Escolha de agentes biológicos para integrar às práticas regenerativas
Nesse cenário de integração entre práticas regenerativas e controle biológico, portanto, é possível destacar os seguintes agentes como os mais utilizados:
- Trichoderma spp. e Bacillus spp.: atuam no controle de doenças do solo e estimulam raízes;
- Pseudomonas spp.: promove resistência e inibe patógenos da rizosfera;
- Beauveria e Metarhizium: combatem pragas em sistemas com cobertura vegetal;
- Predadores e parasitoides nativos: são favorecidos por áreas com alta diversidade floral.
3. Práticas regenerativas que fortalecem o controle biológico
Nesse contexto, as práticas regenerativas, além de promoverem a saúde do solo, também criam um ambiente ideal para a ação dos agentes biológicos. Por isso, a seguir, veja de que forma cada uma delas contribui para fortalecer a microbiota benéfica e, ao mesmo tempo, ampliar o controle natural de pragas e doenças:
- Cobertura vegetal permanente: abriga inimigos naturais e microrganismos benéficos;
- Adição de matéria orgânica: serve de substrato para fungos e bactérias do solo;
- Rotações de culturas com espécies não hospedeiras: quebra o ciclo de pragas e doenças;
- Redução do revolvimento do solo: preserva colônias microbianas e predadores naturais.
4. Aplicações estratégicas para potencializar o controle biológico
Bioinsumos devem ser aplicados nos momentos de maior vulnerabilidade das culturas, como no plantio ou início do ciclo vegetativo. Além disso, é fundamental evitar o uso simultâneo de defensivos químicos de amplo espectro, pois esses produtos podem eliminar agentes benéficos e comprometer a eficácia do controle biológico com práticas regenerativas.
Exemplo prático de Controle Biológico com Práticas Regenerativas: nematoides no solo
Um produtor que adota cobertura com crotalária e, além disso, aplica Pochonia chlamydosporia e Purpureocillium lilacinum no solo consegue, como resultado, reduzir a população de nematoides e estimular a microbiota benéfica local. Com a adição de compostos orgânicos e a ausência de químicos agressivos, os microrganismos aplicados encontram um ambiente favorável para se multiplicar e, consequentemente, manter o controle ativo.
Benefícios de adotar o Controle Biológico com Práticas Regenerativas
Como resultado dessa estratégia, a integração entre controle biológico e agricultura regenerativa proporciona diversos benefícios:
- Redução do custo com defensivos ao longo do tempo;
- Maior resiliência da lavoura frente a estresses ambientais;
- Melhoria na estrutura e fertilidade do solo;
- Aumento da biodiversidade no ecossistema agrícola;
- Construção de um sistema produtivo autossustentável.
Conclusão: controle biológico com práticas regenerativas é o caminho da sustentabilidade
Combinar o controle biológico com práticas regenerativas não é apenas viável, como também é estratégico para transformar a agricultura em um sistema mais eficiente, saudável e duradouro. Dessa forma, ao promover a vida do solo e favorecer os ciclos naturais, o produtor deixa de combater os problemas isoladamente e passa a construir soluções integradas, com menor dependência externa e maior retorno a longo prazo.
Siga nosso Instagram e acompanhe nossos conteúdos!
Leia também sobre: Predadores e Parasitoides no Controle Biológico