Por: Diro Hokari
A presença de nematoides no solo pode comprometer seriamente a produtividade agrícola. Por isso, um diagnóstico eficaz depende, antes de tudo, da correta coleta de amostras de solo e raiz para análise de nematoides. Como são microrganismos microscópicos e desuniformemente distribuídos, os nematoides exigem uma metodologia rigorosa para serem detectados com precisão.
Além disso, uma amostragem mal executada pode gerar diagnósticos equivocados, prejudicando o manejo e aumentando os prejuízos. Dessa forma, seguir um protocolo bem definido é indispensável para garantir resultados confiáveis.
Quando realizar a coleta para análise de nematoides
A coleta deve ser realizada preferencialmente antes do plantio, em áreas ainda não cultivadas, ou então durante o ciclo da cultura, nas fases em que os sintomas costumam aparecer. Adicionalmente, é altamente recomendável coletar amostras em regiões com histórico de baixa produtividade, visto que essas áreas tendem a ter maior infestação.
Em determinados casos, como em culturas perenes ou áreas com histórico de presença de nematoides, coletas periódicas ao longo do ano contribuem significativamente para um monitoramento mais eficiente.
Materiais necessários
Para garantir uma amostragem adequada e representativa, é necessário reunir os seguintes materiais:
- Enxadão ou sonda de coleta;
- Balde limpo e resistente;
- Sacos plásticos ou de papel bem vedados;
- Etiquetas de identificação duráveis;
- Caneta permanente para marcação;
- Cooler com gelo ou caixa térmica para transporte;
- Luvas descartáveis para evitar contaminação.
Com esses itens organizados, o processo de coleta pode ser realizado com mais eficiência e segurança.
Como coletar amostras de solo para análise de nematoides
- Defina a área de amostragem:
Divida o talhão em áreas homogêneas de, no máximo, 10 hectares. Caso haja muita variação no tipo de solo ou histórico da área, então é necessário fazer subdivisões para maior precisão. - Escolha os pontos de coleta:
Realize coletas em pelo menos 20 pontos por área. Sempre que possível, distribua esses pontos de forma aleatória ou em padrão zigue-zague. Dessa maneira, a representatividade aumenta consideravelmente. - Profundidade da amostra:
Para culturas anuais, colete até 20 cm. Já em culturas perenes, recomenda-se atingir até 40 cm, respeitando a zona de raízes ativas. - Mistura e subamostragem:
Reúna todas as amostras no balde, misture bem e separe aproximadamente 500 g. Com isso, é possível obter uma amostra composta que reflita melhor as condições da área. - Acondicionamento e transporte:
Coloque a amostra em sacos vedados e identificados. Além disso, mantenha em refrigeração (sem congelar) e envie ao laboratório em até 48 horas.
Como coletar amostras de raízes
- Escolha raízes com sintomas visíveis:
Priorize raízes finas com sinais de engrossamento, necrose ou lesões. Isso porque esses sintomas são indicativos da presença de nematoides. - Quantidade ideal:
Coletar de 10 a 15 g por ponto, totalizando cerca de 300 g por área amostrada. - Limpeza e acondicionamento:
Remova o excesso de solo manualmente, sem lavar as raízes. Dessa forma, preserva-se a umidade e a integridade dos nematoides presentes. - Identificação correta:
Use etiquetas resistentes com informações claras: nome da área, cultura, estágio fenológico e data da coleta. Esse cuidado facilita a rastreabilidade no laboratório.
Cuidados adicionais para garantir a precisão
- Evite coletas em dias com solo encharcado ou extremamente seco;
- Sempre higienize as ferramentas ao mudar de área para evitar contaminações cruzadas;
- Proteja as amostras da luz solar direta e do calor excessivo;
- Jamais congele o material, pois isso pode inviabilizar a análise dos nematoides.
Com essas precauções, as chances de obter resultados precisos aumentam significativamente.
Conclusão: o sucesso do manejo começa no diagnóstico
Embora invisíveis a olho nu, os nematoides representam uma ameaça concreta à saúde das lavouras. Por esse motivo, seguir protocolos adequados de coleta de solo e raiz para análise de nematoides é o primeiro passo para um diagnóstico preciso.
A partir disso, o produtor pode adotar estratégias eficazes — como o uso de bioinsumos ou controle biológico — com maior confiança. Portanto, investir em uma coleta bem-feita é investir em produtividade e sustentabilidade. produtividade e na sustentabilidade da lavoura.
Siga nosso Instagram e acompanhe nossos conteúdos!
Leia também sobre: Nematoides: pragas invisíveis que comprometem a produtividade