Bactérias Promotoras de Crescimento de Plantas (PGPR)

Por: Jorge Mairink

No contexto da agricultura regenerativa, as bactérias promotoras de crescimento de plantas, conhecidas como PNo contexto da agricultura regenerativa, as bactérias promotoras de crescimento de plantas, conhecidas como PGPR (Plant Growth-Promoting Rhizobacteria), vêm se destacando como ferramentas essenciais para melhorar o desempenho das culturas de forma sustentável. Ao interagirem diretamente com as raízes, essas bactérias contribuem para o desenvolvimento vegetal, a nutrição, a tolerância ao estresse e, além disso, a proteção contra patógenos.

Mais do que insumos biológicos, as PGPR representam uma ponte entre a microbiologia do solo e o manejo produtivo de alta performance, com baixa dependência de insumos sintéticos. Por esse motivo, seu uso se alinha às práticas agrícolas mais inovadoras e resilientes.


O que são PGPR?

As PGPR (rizobactérias promotoras de crescimento vegetal) são um grupo de bactérias benéficas que colonizam a rizosfera — a região do solo próxima às raízes — e promovem o crescimento vegetal por diversos mecanismos, tanto diretos quanto indiretos. Elas são naturalmente presentes no solo. No entanto, também podem ser isoladas, multiplicadas e aplicadas como bioinsumos, a fim de potencializar seu efeito em campo.

Entre as principais espécies estudadas e utilizadas, destacam-se:

  • Azospirillum spp.
  • Bacillus spp.
  • Pseudomonas spp.
  • Rhizobium spp.
  • Enterobacter spp.
  • Serratia spp.

Mecanismos de ação das PGPR

  1. Fixação biológica de nitrogênio
    Algumas PGPR, como Azospirillum e Rhizobium, têm a capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico e transformá-lo em formas assimiláveis pelas plantas. Como resultado, a necessidade de adubação nitrogenada é consideravelmente reduzida.
  2. Solubilização de fósforo e potássio
    Além disso, outras espécies atuam solubilizando nutrientes minerais, especialmente fósforo e potássio, que muitas vezes estão presentes em formas insolúveis no solo. Assim, a disponibilidade desses nutrientes para as plantas aumenta significativamente.
  3. Produção de fitormônios
    As PGPR também produzem hormônios vegetais naturais, como auxinas, giberelinas e citocininas, os quais estimulam o crescimento radicular, o desenvolvimento foliar, a floração e o perfilhamento. Dessa forma, as plantas crescem com mais vigor e equilíbrio.
  4. Indução de resistência sistêmica
    Determinadas bactérias promovem o fortalecimento das defesas naturais da planta. Portanto, elas se tornam mais resistentes a pragas, doenças e estresses abióticos, como seca e salinidade.
  5. Atividade antibiótica e competição com patógenos
    Por ocuparem nichos ecológicos ao redor das raízes, as PGPR competem com microrganismos nocivos. Além disso, produzem substâncias antimicrobianas que inibem o crescimento de patógenos do solo.

Benefícios agronômicos e ambientais

A aplicação de PGPR oferece uma série de vantagens práticas para o sistema agrícola. Entre os principais benefícios, podemos citar:

  • Redução do uso de fertilizantes químicos;
  • Aumento do enraizamento e da absorção de nutrientes;
  • Estímulo à produtividade com menor impacto ambiental;
  • Melhoria da estrutura e atividade biológica do solo;
  • Reforço da resiliência das plantas a estresses climáticos.

Além disso, seu uso contínuo favorece a regeneração da vida no solo, um elemento essencial para uma agricultura de longo prazo e com menor dependência de insumos externos. Em outras palavras, as PGPR contribuem ativamente para sistemas mais sustentáveis.


Como aplicar PGPR no campo?

A aplicação das PGPR (rizobactérias promotoras de crescimento vegetal) pode ser feita de diversas formas, dependendo do tipo de cultivo e do produto utilizado. Veja a seguir algumas estratégias comuns:

  • Tratamento de sementes: prática eficaz que permite a colonização precoce das raízes;
  • Aplicação via sulco ou pulverização no solo: proporciona maior distribuição na zona radicular;
  • Incorporação em compostos orgânicos ou biofertilizantes líquidos: aumenta a eficácia em solos degradados.

Contudo, é fundamental seguir as recomendações técnicas do fabricante e, sempre que possível, realizar aplicações em momentos estratégicos, como no plantio e nos estágios iniciais da cultura. Dessa maneira, o desempenho das PGPR é maximizado, promovendo sistemas agrícolas mais eficientes e regenerativos.

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