Bactérias e Fungos que Atuam Contra Nematoides do Solo

Por: Diro Hokari

Os nematoides fitoparasitas representam uma das maiores ameaças ocultas à produtividade agrícola. Embora sejam invisíveis a olho nu, esses organismos atacam as raízes das plantas, dificultando a absorção de água e nutrientes. No entanto, a ciência tem avançado significativamente no uso de microrganismos benéficos — especialmente bactérias e fungos — para combatê-los de forma natural e eficaz.

Neste artigo, você vai entender como algumas bactérias e fungos contra nematoides atuam no controle biológico, quais espécies são mais utilizadas e como aplicá-las no manejo sustentável das lavouras.

Por que usar microrganismos no controle de nematoides?

Ao contrário dos nematicidas químicos, os agentes biológicos oferecem diversas vantagens:

  • Não causam contaminação do solo ou da água;
  • Preservam a microbiota benéfica do solo;
  • Podem se multiplicar e atuar por mais tempo no ambiente;
  • Favorecem a regeneração da saúde do solo a longo prazo.

Além disso, o uso de bioinsumos microbiológicos é compatível com práticas de agricultura regenerativa, o que contribui para lavouras mais resilientes e produtivas.

Bactérias que combatem nematoides

  1. Bacillus firmus
    Produz enzimas e compostos que afetam diretamente ovos e juvenis de nematoides. Além disso, fortalece o sistema radicular, aumentando a tolerância da planta ao ataque.
  2. Bacillus subtilis
    Age por competição e pela produção de antibióticos naturais. Por isso, também estimula a resistência sistêmica das plantas, dificultando a penetração dos nematoides.
  3. Pasteuria penetrans
    Trata-se de uma bactéria endospórica que se fixa nos juvenis de nematoides e impede sua reprodução. Dessa forma, é altamente específica e eficaz contra o gênero Meloidogyne.
  4. Pseudomonas fluorescens
    Além de promover o crescimento das plantas, secreta compostos tóxicos aos nematoides e atua na indução de resistência sistêmica.

Fungos nematófagos no controle biológico

  1. Purpureocillium lilacinum (antes Paecilomyces lilacinus)
    Ataca ovos e fêmeas de nematoides, penetrando e destruindo seu conteúdo. Por esse motivo, é um dos bioinsumos mais utilizados no controle biológico desses patógenos.
  2. Pochonia chlamydosporia
    Especializado na parasitização de ovos, apresenta alta persistência no solo e pode reduzir significativamente as populações de nematoides.
  3. Trichoderma spp.
    Embora seja mais conhecido pelo controle de fungos fitopatogênicos, o Trichoderma também atua contra nematoides. Isso ocorre porque ele estimula as defesas da planta e modifica o ambiente da rizosfera.
  4. Arthrobotrys spp.
    É um fungo predador que forma armadilhas no solo para capturar nematoides móveis. Atualmente, seu uso ainda é experimental, no entanto, os resultados são promissores.

Estratégias de aplicação no campo

Para obter bons resultados no controle biológico de nematoides, é fundamental:

  • Fazer o diagnóstico correto da espécie presente na área;
  • Aplicar os microrganismos no momento certo, de preferência antes do plantio ou no início do ciclo;
  • Evitar produtos químicos incompatíveis que possam inativar os agentes biológicos;
  • Garantir condições adequadas no solo, como boa umidade, pH equilibrado e matéria orgânica disponível.

Quando essas condições são respeitadas, os microrganismos conseguem colonizar a rizosfera e atuar de forma contínua no controle dos nematoides — muitas vezes com efeito residual em safras seguintes.

Conclusão

O controle biológico de nematoides com bactérias e fungos contra nematoides representa um avanço técnico e sustentável no manejo agrícola. Ao incorporar esses aliados invisíveis ao sistema de produção, é possível reduzir os danos causados por essas pragas silenciosas e recuperar a saúde do solo de forma integrada.

Além disso, essa abordagem está alinhada com a demanda crescente por soluções sustentáveis e pela redução do uso de químicos nas lavouras. Portanto, investir em microrganismos benéficos é também investir na produtividade e longevidade do solo.alimentos livres de resíduos químicos e por práticas agrícolas mais regenerativas.

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