Agricultura Regenerativa e Redução de Gases do Efeito Estufa

Por: Paula Piazzalunga

A agricultura regenerativa na redução da emissão de gases de efeito estufa vem se consolidando como uma alternativa estratégica frente aos impactos das mudanças climáticas. A agropecuária está entre os setores que mais contribuem para a liberação de GEE, principalmente devido ao uso intensivo de fertilizantes químicos, ao revolvimento do solo e à decomposição de resíduos orgânicos. No entanto, quando manejada com práticas regenerativas, a agricultura pode deixar de ser vilã para se tornar parte essencial da solução climática. Por meio de técnicas sustentáveis, áreas produtivas tornam-se sumidouros de carbono, colaborando de forma direta para a mitigação da crise ambiental.

A Importância da Agricultura Regenerativa na Redução de Gases de Efeito Estufa

Grande parte do carbono presente na atmosfera pode ser capturado e armazenado no solo. Para isso, é necessário que o ambiente esteja biologicamente ativo e enriquecido com matéria orgânica. A agricultura regenerativa, ao priorizar práticas como adubação orgânica, plantio direto e consórcios vegetais, estimula o sequestro de carbono atmosférico.

Essas técnicas elevam o teor de carbono estável no solo, o que gera um ciclo virtuoso: mais matéria orgânica resulta em maior fertilidade, retenção hídrica eficiente e, acima de tudo, mais capacidade de capturar CO₂ ao longo do tempo.

Agricultura Regenerativa como Alternativa aos Insumos que Geram GEE

Fertilizantes nitrogenados, amplamente utilizados na agricultura convencional, estão entre os maiores emissores de óxidos de nitrogênio (N₂O), um gás com poder de aquecimento global até 300 vezes superior ao CO₂. Em contrapartida, a agricultura regenerativa investe na ciclagem de nutrientes e no uso de bioinsumos.

Com isso, reduz-se significativamente a dependência de insumos industriais e, consequentemente, as emissões ligadas à sua produção, transporte e aplicação. Além disso, melhora-se a saúde do solo de forma contínua.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Redução de Gases de Efeito Estufa

Uma das contribuições mais expressivas da agricultura regenerativa na redução da emissão de gases de efeito estufa é a integração entre lavoura, pecuária e floresta (ILPF). Quando bem conduzido, esse sistema mantém cobertura vegetal durante o ano inteiro, melhora a ciclagem de carbono e reduz a emissão de metano no pastejo rotacionado.

Além disso, pastagens degradadas — que liberam mais carbono do que retêm — podem ser regeneradas com adubação orgânica e manejo holístico. Com isso, o gado passa de ameaça a aliado da restauração ecológica.

Práticas Regenerativas no Manejo do Solo e na Redução das Emissões

O preparo intensivo do solo resulta na liberação de grandes volumes de carbono. Já o plantio direto e o mínimo revolvimento, pilares da agricultura regenerativa, evitam essas perdas e mantêm o carbono fixado.

Complementarmente, o uso de culturas de cobertura — como leguminosas e gramíneas — protege o solo contra erosão e promove o acúmulo gradual de carbono orgânico. Dessa maneira, obtém-se mais eficiência com menor consumo de energia.

Agroflorestas Regenerativas como Estratégia para Reduzir Emissões

O cultivo integrado de árvores com culturas agrícolas, prática comum em agroflorestas regenerativas, amplia a captura de carbono atmosférico. Árvores fixam CO₂ em troncos, raízes e folhas, ao mesmo tempo em que oferecem sombra, biodiversidade e alimento.

Dessa forma, o sistema gera renda, promove segurança alimentar e contribui diretamente para a mitigação do clima, especialmente em zonas rurais em transição ecológica.

Conclusão: Agricultura Regenerativa na Redução da Emissão de GEE

A agricultura regenerativa na redução da emissão de gases de efeito estufa representa uma solução viável, concreta e necessária para o setor agropecuário. Ao transformar áreas de produção em ecossistemas equilibrados, ela promove ganhos ambientais, produtivos e econômicos. Mais do que mitigar impactos, essa abordagem regenera o solo, restaura o clima e fortalece o futuro do agro.

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