Por: Tamiris Gomes
Com o avanço constante da agricultura regenerativa e, além disso, com a crescente busca por sistemas cada vez mais sustentáveis, os biofertilizantes ganham cada vez mais destaque nas estratégias de manejo. Esses insumos, que são produzidos a partir de microrganismos ou de substâncias orgânicas, oferecem uma alternativa altamente eficiente e muito menos agressiva quando comparados aos fertilizantes químicos convencionais.
Neste artigo, você vai entender o que são biofertilizantes, como atuam no solo e nas plantas e, principalmente, como aplicá-los de forma estratégica para maximizar resultados e reduzir custos.
O que são biofertilizantes?
Biofertilizantes são produtos naturais elaborados com microrganismos vivos (como bactérias, fungos e leveduras) ou com materiais orgânicos fermentados, que fornecem nutrientes essenciais e estimulam a atividade biológica do solo. Em outras palavras, eles alimentam tanto a planta quanto a microbiota benéfica da rizosfera.
Dentre os principais tipos, destacam-se:
- Biofertilizantes líquidos fermentados (como os de Bokashi ou EM);
- Compostos enriquecidos com microrganismos benéficos;
- Produtos formulados com bactérias fixadoras de nitrogênio ou solubilizadoras de fósforo.
Benefícios agronômicos dos biofertilizantes
O uso correto de biofertilizantes pode trazer uma série de benefícios, como:
- Melhoria da fertilidade do solo a médio e longo prazo;
- Estímulo ao crescimento radicular e à absorção de nutrientes;
- Redução da dependência de insumos químicos sintéticos;
- Aumento da resistência das plantas ao estresse hídrico e doenças;
- Reequilíbrio da microbiologia do solo, favorecendo a biodiversidade.
Além disso, muitos biofertilizantes também contêm substâncias bioestimulantes, como hormônios naturais, que potencializam o desempenho fisiológico das culturas.
Como aplicar biofertilizantes de forma estratégica
Para que os biofertilizantes sejam realmente eficazes, é fundamental que sua aplicação seja planejada de forma integrada ao manejo da lavoura. Veja como fazer isso:
1. Conheça o solo e a cultura
Para que os resultados sejam realmente efetivos, a aplicação deve considerar o tipo de solo, o estágio fenológico da planta e, além disso, as carências nutricionais específicas. Portanto, uma análise de solo detalhada representa o primeiro passo essencial para direcionar as decisões de manejo.
2. Faça a aplicação no momento ideal
Biofertilizantes funcionam melhor em momentos de maior atividade radicular, como na germinação, na brotação ou após o transplante. Além disso, aplicar em dias nublados ou ao entardecer evita a degradação dos microrganismos por radiação UV.
3. Escolha a via de aplicação mais adequada
- Via solo: ideal para estimular a microbiota e melhorar a estrutura física;
- Via foliar: favorece a absorção rápida de nutrientes e atua como bioestimulante;
- Tratamento de sementes ou mudas: promove colonização precoce da rizosfera.
4. Combine com matéria orgânica
A presença de matéria orgânica no solo potencializa o efeito dos biofertilizantes, servindo de alimento para os microrganismos e aumentando sua persistência.
5. Evite misturas com produtos incompatíveis
Biofertilizantes contêm microrganismos vivos. Por isso, não devem ser misturados com agroquímicos agressivos, como fungicidas sistêmicos, sem orientação técnica.
Casos de sucesso e ganhos observados
Diversas culturas têm apresentado respostas positivas ao uso estratégico de biofertilizantes, incluindo:
- Milho e soja: com maior enraizamento e vigor vegetativo;
- Café: com plantas mais resistentes ao déficit hídrico e à infestação por nematoides;
- Hortaliças: com colheitas mais uniformes e melhor aproveitamento nutricional.
Em muitas propriedades, a introdução de biofertilizantes no plano nutricional permitiu reduções de até 30% na adubação química, sem queda de produtividade.
Conclusão
Os biofertilizantes não são apenas uma alternativa ecológica; na verdade, eles representam uma estratégia técnica inteligente e altamente viável para quem deseja aliar produtividade, economia e, além disso, sustentabilidade. Quando aplicados com critério e de forma planejada, esses insumos transformam o solo em um ecossistema ativo, dinâmico e, consequentemente, muito mais favorável ao desenvolvimento saudável das culturas.
Portanto, incorporar os biofertilizantes ao manejo agrícola é mais do que uma tendência: é uma decisão estratégica rumo ao futuro do agro.
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