Por: Diro Hokari

Os nematoides fitoparasitas estão entre os maiores inimigos invisíveis da agricultura moderna. Embora pequenos, eles causam prejuízos expressivos nas lavouras, reduzindo o vigor das plantas e comprometendo a produtividade. Portanto, entender o controle e manejo de nematoides é essencial para manter a saúde do solo e garantir safras mais produtivas.

Neste artigo, reunimos dicas práticas e estratégias sustentáveis, combinando controle químico, biológico e naturais, com foco em uma agricultura mais equilibrada e eficiente.

O que são nematoides e por que controlá-los?

Os nematoides são vermes microscópicos que vivem no solo. Algumas espécies, como Meloidogyne spp. e Pratylenchus spp., atacam raízes de plantas, provocando sintomas como galhas, necroses e redução no crescimento.

Além disso, quando o ataque não é controlado, ele pode facilitar a entrada de fungos e bactérias, agravando ainda mais os danos. Por essa razão, o manejo integrado desses organismos é crucial.

Estratégias de controle químico de nematoides

O controle químico ainda é uma das alternativas mais utilizadas por produtores. Nematicidas químicos, quando aplicados corretamente, podem reduzir significativamente as populações no solo. Contudo, é necessário observar:

• Rotação de princípios ativos: Isso evita resistência dos nematoides aos produtos.
  
• Aplicações direcionadas: Deve-se aplicar os produtos no local exato da infestação, preferencialmente no sulco de plantio.
  
• Monitoramento constante: É fundamental analisar periodicamente o solo para ajustar as doses e evitar desperdícios.
  

Apesar da eficácia, o uso contínuo pode impactar negativamente a microbiota do solo. Por isso, deve-se associar a outras práticas sustentáveis.

Controle biológico como alternativa sustentável

Nos últimos anos, o controle biológico ganhou espaço como uma solução eficaz e ambientalmente segura. Microrganismos benéficos, como fungos e bactérias antagonistas, vêm sendo utilizados com sucesso contra nematoides.

Algumas opções incluem:

• Fungos nematófagos (Pochonia chlamydosporia, Paecilomyces lilacinus): degradam ovos e juvenis no solo.
  
• Bactérias do gênero Bacillus: produzem metabólitos que inibem o desenvolvimento dos nematoides.
  
• Rizobactérias promotoras de crescimento (PGPRs): melhoram a resistência da planta e competem com patógenos.

Esse método, embora demande tempo para estabelecer-se no solo, tem mostrado ótimos resultados quando integrado a práticas culturais adequadas.

Manejo cultural para reduzir a pressão dos nematoides

Além do controle direto, é importante adotar práticas agrícolas que favoreçam a resiliência do sistema produtivo. Entre as estratégias culturais, destacam-se:

• Rotação de culturas com espécies não hospedeiras, como milheto e/ou crotalária.
  
• Uso de cultivares resistentes, desenvolvidas especificamente para tolerar ataques.
  
• Adição de matéria orgânica e compostos orgânicos com ação supressora.
  
• Cobertura do solo com palhada, que contribui para o equilíbrio da biota.
  

Essas práticas, quando associadas, ajudam a manter o solo saudável e dificultam a multiplicação dos nematoides.

Monitoramento e diagnóstico são indispensáveis

Antes de qualquer ação, o diagnóstico é um passo decisivo. A análise do solo e das raízes permite identificar as espécies presentes e o nível de infestação. A partir disso, pode-se escolher as estratégias mais adequadas para cada cenário.

Além disso, deve-se monitorar a evolução do controle durante o ciclo da cultura, ajustando o manejo conforme os resultados.

Conclusão: controle integrado é o caminho

O controle e manejo de nematoides exige uma abordagem integrada, que considere as especificidades de cada área e cultura. Ao combinar métodos químicos, biológicos e culturais, o produtor não apenas reduz a população de nematoides, como também fortalece o solo para enfrentar novos desafios.

Investir em conhecimento técnico e acompanhamento especializado é, portanto, essencial para alcançar altos índices de produtividade com sustentabilidade.

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